##Perdoa-me## [Capítulo 23]

bem.. esta é a minha segunda fic.. é assim.. digamos que bastante dramática =X
só espero que gostem.. comentem ;)

@ Nome da Fic – Perdoa-me
@ Autores – RockaLady
@ Inciada e acabada em – iniciada em: 23/12/2007; acabada em: 6/1/2008
@ Personagens Principais – Kirsten; Jonathan; Gustav; Bill; Anne
@ Personagens Secundárias – Michael; Sylvia; Katharina; Georg; Tom
@ Tema de Fic – Drama e Romance
@ Número de capítulos da Fic – 42
@ Introdução – Tudo começa com o relato de Kirsten, agora com 19 anos, da morte dos seus pais, a que ela própria assistiu. É levada a adopção, onde é adoptada por um casal aos seus 11 anos. São poucas e desfocadas as memórias que Kirsten tem daquele dia, no entanto, claras o suficiente para a atormentarem dia e noite, ainda hoje, mesmo passados dez anos da morte dos seus pais. Kirsten vai conhecer um grupo de rapazes, estes vão mudar a vida dela por completo.

PS: TH NÃO SÃO FAMOSOS
=/> 13 (no entanto tem algumas cenas CD - Com cenas dramáticas ou chocantes)

CAPÍTULO 1

Não passava de um dia como qualquer outro. Na altura tinha cerca de 5 anos, mas lembro-me como se fosse hoje, no entanto, certos pormenores, ao longo dos anos, foram forçosamente apagados. Era dia de natal, e o espírito natalício preenchia a sala. Por baixo da árvore, eram inúmeras as prendas. As cores, as formas, os enfeites, tudo parecia perfeito. Lembro-me dos meus pais sentados no sofá, perto deles, estava eu, sentada no chão a brincar com a Niki, a nossa gata. Lembro-me também, de ser uma casa grande, muito bem decorada, e de certa forma, luxuosa.
Dirigi-me à janela, afastei a cortina e avistei algo que me fez despertar uma estranha sensação: estava a nevar. Os meus olhos, maravilhados com tamanha simplicidade e magia, encheram-se de lágrimas. Ainda hoje não sei bem porque o fiz, no entanto, penso que se deve ao facto de me ter feito lembrar o meu avô. Uns meses antes, o meu avô morrera, e fui eu com quem ele passou um dos seus últimos dias. Passámos esse mesmo dia a ver a neve cair, nada mais, apenas sentados num banco perto da janela a observar aqueles pequenos flocos brancos que caíam dos céus. Aquecidos pelo cacau quente, e pelo fogo da lareira, passámos um dos momentos que jamais se apagará da minha memória.
Ainda a olhar pela janela a neve a cair, a minha mãe chamou-me para ir jantar. Depois do jantar, dirigimo-nos à sala onde estava a árvore de natal. Finalmente iria abrir as prendas. O meu pai sentou-se no sofá, enquanto que a minha mãe se sentou numa cadeira perto da janela. Ambos olhavam-me com um sorriso carinhoso. Pela quantidade de prendas, assim como o seu aspecto e pela casa em que morávamos, posso afirmar que a nossa qualidade de vida era bastante alta.
Via agora a minha mãe a olhar pela janela, via com os seus próprios olhos a beleza daquela noite. A neve não cessava e o escuro lá fora, era imenso. Como a nossa casa estava isolada, não se via nada além da neve a cair sobre uma serrada noite. Naquela noite sentia-me particularmente alegre, diria mesmo que sentia-me verdadeiramente feliz, no entanto, não passava pela minha inocente cabeça, que alguma vez aquele dia se tornaria num autêntico pesadelo.
Passados uns minutos, começa-se a ouvir uns barulhos. Barulhos esses que começaram a deixar o meu pai alarmado. Os barulhos continuavam, vejo o meu pai a pegar no telefone, no entanto não tinha linha. O meu pai caminhava de um lado para o outro da sala, tentando vezes e vezes sem conta pegar no telefone para fazer um telefonema, no entanto, sempre em vão. Após inúmeras tentativas, o meu pai dá-me um beijo, assim como à minha mãe, e sai da sala. Eu não conseguia perceber o que estava a acontecer, não passava de uma simples criança. A minha mãe não parava de repetir ao meu ouvido «Está tudo bem, está tudo bem». Onde há pouco se sentia calma e sossego, tinha agora sido substituído por nervosismo e pânico. A minha mãe, afastando a cortina da janela, avista uma carrinha, que, instantaneamente, desligou as luzes. Via agora nos seus olhos puro desespero. Agarrou-me com muita força e ordenou: «Corre para o teu quarto e fecha a porta à chave!», «mas mãe…» – disse ao que ela me interrompeu: «VAI! E não saias de lá!». Deu-me um beijo e eu fui, como ela mandou, para o meu quarto. Tudo aquilo era tão estranho, o que se passava afinal?! Estava com medo, muito medo. Os barulhos que à pouco se ouviam, parecia ruídos em comparação aos que se ouviam agora. Ouviam-se passadas largas, objectos a caírem, vidros a partirem… até que se ouviu um estouro, uma bala tinha sido disparada. Depois instalou-se um profundo silêncio. Passados uns minutos, voltou-se a ouvir outro estouro como o anterior. Estava em pânico, encolhida a um canto do meu quarto a tremer num choro silencioso. Deixei passar algum tempo, tentando fazer o mínimo de barulho possível.
O silêncio que agora se ouvia na casa era ensurdecedor. Na altura não sabia bem porquê, mas sabia que aquele silêncio todo não era bom sinal. Começava agora a ouvir alguém a sair de casa. Espreitei, o mais discretamente que pude, pela janela. Via várias pessoas vestidas de negro, não contei, mas pelo que me lembro, deveriam ser mais de 4 pessoas. Levavam grandes sacos nas costas, ao que pareciam estar cheios. Entraram todos na carrinha, esta arrancou, desaparecendo no nevoeiro da noite.
Depois de a carrinha ter desaparecido, saí do quarto em busca dos meus pais.

esta fic está lindaaaaa!

Bem dramatica *

Maiiiiiz ^^

Esta muito bonita , Parabens : DD

Tens muito jeito ; posta mais : D

Kisses

mais mais

Parece cena de filme de terror, o silencio na casa e os barulhos estranhos...
Bem só por ser Natal já é terror.

Spoiler:

aqui está a continuação da cena dramática.. enfim.. eu gosto de draga que se há de fazer?! xD
espero que gostem.. =)

CAPÍTULO 2

Abri a porta com incerteza nos meus gestos. Tinha medo, não sabia dos meus pais, sentia-me sozinha… À medida que fui andando pelos corredores, via quadros caídos no chão, vidros estilhaçados, prateleiras remexidas... algo não estava bem. Continuei a caminhar pela casa até que entrei no quarto dos meus pais. Reparei que algo se estava a mexer debaixo da cama. Lentamente fui em direcção à cama, levantei o cobertor de modo a poder ver o que se estava a mexer, era a Niki. Mal me viu, saltou de imediato para os meus braços, até ela estava atemorizada com todo o alarido que se tinha dado minutos antes. Visto que mais ninguém estava no quarto, continuei uma vez mais, a caminhar pela casa fora, agora com Niki ao colo. À medida que ia andando, começava a chamar pelos meus pais, mas ninguém respondia. Já tinha dado volta ao 1º andar todo, e não havia sinais deles. Descia agora as escadas que levariam ao piso de baixo. Era uma longa escadaria, e não haviam luzes ligadas, o que dificultava a descida. Aqui, os estragos eram ainda maiores do que lá em cima. Viam-se mesas viradas de pernas para o ar, assim como cadeiras e alguns móveis. No entanto, apenas conseguia ver a silhueta desses mesmos objectos devido à falta de iluminação. Estava agora a percorrer a parede com as minhas mãos, numa tentativa de encontrar um interruptor que pudesse ligar as luzes e ver ao certo o que tinha acontecido. À medida que ia percorrendo a parede, mais e mais eram os objectos em que tropeçava.
Quando finalmente encontrei o interruptor e acedi as luzes, virei-me. Deparava-me com a destruição completa, fiquei estática durante momentos ao observar o que me rodeava, em meu redor apenas se viam cacos. Só agora me apercebia que estava em cima de qualquer coisa. Ao desviar o meu olhar em direcção ao chão, apercebo-me de que não era simplesmente “qualquer coisa”, estava em cima do corpo do meu pai. Agora estava verdadeiramente assustada. Agarrei o meu pai e sacudia-o na tentativa de o acordar, mas nada. Tinha na nuca uma enorme ferida, vi que ao pé do meu pai estava uma estatueta ensanguentada, calculo que tenha sido isso que causou a ferida que, posteriormente levar-lhe-ia à morte. As lágrimas continuavam a percorrer a minha face, no entanto levantei-me. Ainda não sabia da minha mãe. Continuei em busca dela, agora sem Niki, ordenei que ela ficasse junto do meu pai. A cada passo que dava, maior era o medo que sentia, mas tinha que ser forte para que pudesse saber onde e como estava a minha mãe. Passei pela sala de jantar, não havia sinais dela, passei pelo quarto de hóspedes, o mesmo se passava. Faltava um único sítio, a cozinha. No meu intimo sabia que ela não estava bem, se o meu pai não estava, ela muito provavelmente também não estaria.
Caminhava descalça pelo corredor que me levaria à minha mãe. O chão era frio, e estava coberto por vidros, o que me proporcionou alguns golpes de que ainda tenho marcas. No entanto, pouco isso me importava, estava sozinha e aterrorizada, queria a minha mãe. Ainda no corredor vejo umas pingas vermelhas no chão, e algumas dedadas na porta da cozinha…era sangue. Segui, lentamente, os sinais de sangue, com os olhos postos no chão. Conseguia ver agora um rasto de sangue, como se alguém tivesse arrastado algo ensanguentado pela cozinha fora. Fiquei ainda alguns segundos paralisada na entrada da cozinha, até que consegui arranjar coragem suficiente para entrar. Ao entrar vi que o rasto de sangue ia em direcção à dispensa, estando a porta desta, fechada. Dirigi-me à porta. Eu não podia entrar ali, eu não devia entrar ali, eu não queria entrar ali. O medo consumia-me, tão pequena e exposta a tais situações, não é suposto! Mas sabia que tinha que entrar se queria saber como estava a minha mãe. Ainda tinha esperanças de que estava tudo bem com ela.
Coloquei a minha mão em redor da maçaneta coberta de sangue e, lentamente, rodei-a, puxando simultaneamente a porta na minha direcção.

Linda!

amo as tuas fics *

Mais ^^

mais mais

Que horror!!! Que medo!!! Não admira que ela tenha ficado com um trauma...
Explicas tudo muita bem parece que tou lá mesmo.

Terror :'O
Drama :'O


Enfim , qero mais *

o 3º capítulo.. postado tarde e a más horas..mas enfim..

CAPÍTULO 3

Ao abrir a porta, deparo-me com a imagem que nunca saiu, nem sairá da minha cabeça. Ali estava a minha mãe, encostada à parede da dispensa coberta de sangue e com um buraco enorme na testa, assim como outro no estômago. Estava demasiado chocada para me aproximar dela, apenas fechei a porta e corri o mais que pude, peguei na Niki e sai de casa a chorar.
Corria sobre a fria neve em busca de alguém, no entanto, ninguém aparecia. A neve que caía, dissolvia-se agora sobre as lágrimas que não paravam de percorrer o meu rosto. A cada passo que dava, a imagem da minha mãe estendida na dispensa aparecia… não tinha como a tirar da minha mente.
Este acontecimento mudou totalmente a minha vida. Eu, que sempre fui, desde criança, uma rapariga bastante sensível e susceptível a qualquer tipo de alteração no meu ambiente, naquele dia de natal, toda a sensibilidade e susceptibilidade simplesmente se desvaneceu. Ainda hoje, passados 14 anos, estas memórias assombram-me todas as noites.
Depois do sucedido, não sei como nem por quem, mas fui entregue a uma instituição de caridade, que posteriormente, me colocou num orfanato. Aos 11 anos, um casal veio à instituição onde eu estava, e adoptou-me. Pareciam simpáticos, mas eu não queria ir para a casa de um desconhecido. No entanto não tive escolha, fui obrigada a ir. A partir de agora teria uma nova família… o que particularmente não me agradava. Ele era um homem muito alto, moreno e com um sorriso enorme. Vestia-se de uma forma bastante formal, usando frequentemente fato e gravata. Chamava-se Michael. A mulher dele, Sylvia, era visivelmente mais nova do que ele. Era também alta, no entanto mais baixa do que Michael, era loira de olhos azuis e extremamente simpática.
No dia que eu fui oficialmente viver com eles, foi-me apresentado o filho do casal, o meu irmão daquele dia em diante. Ele próprio, mal me viu, rapidamente se apresentou: «Olá, eu sou o Jonathan», disse com o maior sorriso que jamais vira. No entanto não retribui o sorriso. Os primeiros dias de adaptação foram complicados, no entanto, passados uns tempos, já sentia que aquela era a minha casa. Sabia que aquelas pessoas sempre que precisasse, estariam lá para me apoiar, como se fossem a minha verdadeira família.
Hoje, Jonathan e eu somos verdadeiros irmãos, o facto de sermos ambos filhos adoptivos não nos impede de nos sentirmos como tal. Actualmente, eu, Jonathan, Sylvia e Michael, vivemos em Magdeburg, na Alemanha. Ainda hoje não sei se este é o meu país de origem, nem qual é o meu verdadeiro nome, no entanto, chamam-me Kirsten, tenho 19 anos, e no meu bilhete de identidade estou como natural Alemã. Jonathan, por sua vez, sabe que quando foi entregue à instituição, ainda em bebé, vinha com a sua identificação. Sabe-se que Jonathan é o seu verdadeiro nome, e calcula-se que ele seja natural dos EUA. Apenas não se sabe como é que ele foi parar a um orfanato na Alemanha. Hoje tem 21 anos. Os meus pais adoptivos optaram pela adopção devido ao facto de Sylvia ser estéril. Michael conheceu Sylvia numa viagem de negócios. (Sylvia… Michael…é estranho, eram raras as vezes em que trato os meus pais adoptivos por “mãe” ou por “pai”, apesar de sermos bastante chegados). Michael viajava muito em trabalho, principalmente dos EUA, de onde é natural, para a Alemanha. Sylvia na altura trabalhava nas limpezas num hotel onde Michael ficou hospedado, e foi aí que se conheceram. Hoje, Sylvia é gerente de uma cadeia de Hotéis em Berlin.


***


Eu estava muito bem no meu quarto a ver televisão, quando oiço o Jonathan a chegar a casa. Ao entrar no quarto dele bate com a porta com toda a força e põe a aparelhagem aos berros.
- Mas o que se passa com aquele?! – Perguntei a mim mesma. Dirigi-me ao quarto dele.
- Hey! – Gritei abrindo a porta, ao que ele não ouviu devido ao volume da música. Lá continuava ele deitado na cama a cantar, ou melhor, berrar, visto que estava a ouvir heavy metal, a sorte dele é que só eu estava em casa, se a Sylvia cá estivesse, já estava a mandar vir. Ele não dava pela minha presença. – Jonathan! – Continuava a chamar por ele, mas nada, até que dei-lhe um abanão, assustando-o.
- Tão?! – Exclamava sobressaltado.
- Que é que queres, estou aqui farta de te chamar e não me ouves! – Dizia, diminuindo o volume da música.
- E então? Qual é o problema? – Dizia Jonathan num tom agressivo.
- Estás parvo ou quê?! Não te fiz nada para me falares assim! – Estava a estranhar aquela reacção, não era nada normal nele.
- Desculpa mana… – Dizia com um ar arrependido. – Acho que descarreguei em ti.
- Pois… Mas passa-se alguma coisa? Pela forma como estás… calculo que aconteceu alguma coisa.
- Ya…
- Sim… e estás à espera do quê para me contar?
- És uma chata sabias?
- Ya, claro, mas conta lá à chata o que se passa. Vá lá… conta a mim…
- OPA! Acreditas que a Katharina mal acabou comigo já anda toda atracada a um gajo?!
- O quê? Essa gaja… eu sempre disse-te que ela não era propriamente de confiança.
- Não digas isso, eu amo-a!
- Ya… e num dia diz que te ama, no outro acaba contigo e começa a andar com um gajo?! Não sejas ingénuo.
- Eu não te contei isto para começares a dar-me na cabeça! Além disso não sei se anda com ele, só que achei que estavam demasiadamente próximos!
- Não te estou a dar na cabeça, apenas estou a tentar abrir-te os olhos. Mas quem é esse gajo afinal?
- Não sei! Nunca o tinha visto antes.
- Olha, lixa-te para ela mas é.
- Pois… – Dizia cabisbaixo.
- Sabes que mais?! O que achas de hoje irmos jantar fora?
- Hum… não me apetece… hoje não estou com muita disposição, fica para a próxima ok? Além disso, não seria boa companhia.
- Ok nada! Vens e não há mais conversa!
- Não vou nada!
- Vá lá… eu pago…
- A que horas queres ir? – Perguntou rapidamente.
- Interesseiro. – Sussurrava-lhe franzindo o sobrolho.

xP O Jonathan 'e interesseiro LooooL

Essa cena da mãe na dispensa...Yerk! Ia-me dando um fanico quando li isso xD

Mais!! *

Bitte? ^^

mais mais

CAPÍTULO 4

Saímos, fomos a um restaurante que costumávamos frequentar. Ao entrar-mos, dirigimo-nos a uma mesa bastante sossegada, ao canto. Sentamo-nos e pedimos o que iríamos comer. Estávamos a conversar normalmente, de súbito reparo que Jonathan não estava a tomar qualquer tipo de atenção ao que eu estava a dizer. Não parava de olhar fixamente para uma mesa ao fundo do restaurante. Reparei que nessa mesa estavam três rapazes, deviam ter mais ou menos a nossa idade. Um deles era muito alto e magro, usava uma maquilhagem forte em redor dos olhos. Tinha cabelos negros e usava roupas justas, predominantemente pretas. Ao seu lado estava um outro rapaz. Este não era tão magro, era até musculado, tinha cabelo curto e loiro, e tinha uma carinha super fofa. Do outro lado da mesa estava um rapaz que usava compridas rastas, roupas bastante largas e um boné.
Olhei para Jonathan, este continuava com o olhar fixo nos rapazes.
- Jonathan, o que foi? Andas a galar os gajos ou quê?!
- Kórror Kirsten, não é nada disso! É aquele o gajo que estava com a Katharina!
- Hun?! Qual deles?
- Aquele de rastas! – Via agora o Jonathan a explodir de raiva.
- Eu não me controlo! Vou já lá ter com ele! – Disse levantando-se da mesa.
- Acalma-te lá mas é! Já viste o escândalo que era?
- Quero lá saber! Aquele gajo anda a fazer-se à minha miúda!
- “Tua miúda”? Ela deu-te com os pés, lembras-te? – Com isto, ele voltava-se a sentar desanimado. – Não quero ser má, mas tens que enfrentar a realidade. Só estarias a humilhar-te se fosses lá ter com eles para dar espectáculo.
- Eu sei… mas não imaginas como me sinto.
Continuámos a jantar. Ao longo de todo o jantar tentava acalmar os ânimos do Jonathan, ele dava tudo para partir a cara ao rapaz. Passado algum tempo, parece que o tal rapaz das rastas apercebeu-se de que Jonathan era o ex da Katharina. Começou-se a ouvir um burburinho na mesa, e todos eles não paravam de olhar para o Jonathan e para mim. Começou-se a gerar um certo clima, e o Jonathan estava cada vez mais irritado, preparava-se para ir à mesa deles arranjar problemas.
- Jonathan… acalma-te. Sabes bem que isso não resolveria nada. – Ele não reagia ao que eu lhe estava a dizer.
- Eu não consigo estar aqui sossegado enquanto ele está ali a rir-se da minha cara! – Com isto levanta-se e vai em direcção à mesa deles. Eu ainda o tentei impedir, mas em vão.
- Depois não digas que eu não te avisei…

O rapaz das rastas, ao ver Jonathan a aproximar-se, levanta-se. Estavam agora cara a cara.
- Então meu! – Dizia Jonathan dando um encontrão ao rapaz.
- Hey! Vé-lá se te acalmas!
- Acalmo-me?! Andas agarrado à Katharina e vens-me com essa?
- Ela não anda contigo, além disso foi ela que veio ter comigo!
- Claro, é compreensível… – Ironizou. A partir daqui, Jonathan partiu para os insultos. As pessoas começavam cada vez mais a olhar. Os outros dois rapazes que estavam na mesma mesa que o rapaz com que, pelos vistos se tinha envolvido com Katharina, já se tinham levantado para ver se conseguiam acalmar os dois. No entanto, de pouco serviu. Os dois partiram para a porrada. Eram cadeiras a voar, copos a partir, pratos a estilhaçar, não havia como os parar. Depois de muito copo voar, conseguiram separar os dois. Jonathan já tinha um olho negro e o lábio rebentado.
- ACHAS NORMAL?! – Dizia ao Jonathan enfurecida, em tom de sermão. Ele era dois anos mais velho do que eu, no entanto eu sempre fui a responsável por ele, apesar de a irmã mais nova ser eu.
- Estás feito meu! – Berrava o rapaz das rastas.
- Cala-te Tom, anda mas é ao hospital. – Dizia o amigo dele, o magrinho. Tom… já sabia o nome do tal rapaz…
- Cala-te nada! Este paspalho é que se meteu comigo sem eu lhe fazer nada!
- Paspalho?! Tu vê lá como é que falas do meu irmão! – Dizia-lhe eu.
- Que é que tu queres também?
- Quero que bazes, já estou farta de ver a tua cara à minha frente!
- Kirsten, não te metas, isto é entre mim e ele. – Dizia Jonathan encostado a uma mesa, tentando recompor-se.
Parei durante segundos, a olhar para a cara de estúpido desse tal Tom.
- Vamos mas é embora. – Dizia o loirinho.
- Ya, tens razão. Estou farto de olhar para a cara destes falhados. – Dizia Tom.
- Falhados?! – Perguntava mais do que raivosa, preparando-me para lhe dar um estalo.
- Hey, hey! Não acham isto escusado? Anda Tom! – O rapaz magrinho tenta ajudar Tom, colocando o seu braço sobre ele, ao que Tom rejeita. Olhava agora para Tom a sair do restaurante com um misto de ódio e de indiferença. O rapaz loirinho que também estava com eles dirigia-se agora a mim.
- Olha… – Dizia inseguro.
- Sim? Também estavas com eles, não era? – Perguntava um pouco agressiva.
- Sim, mas eu não tenho nada a ver com essa história.
- Então que queres?
- Só te quero pedir desculpa pelo que se passou. O Tom é mesmo assim, anda sempre a arranjar destes problemas… Já agora, eu chamo-me Gustav.
- E eu Kirsten, prazer. – Cumprimentamo-nos, foi um pouco estranho.
- Bem, eu vou ter com eles. Desculpa uma vez mais.
- Não tens que pedir desculpa, não fizeste nada.
- Pois… adeus.
- Adeus. – Dizia meio desnorteada.
Via agora Jonathan a regressar da cozinha do restaurante a por gelo no olho.
- O que é que aquele bacano queria de ti?
- Nada, só queria pedir desculpa pelo que aconteceu.
- Desculpa… aqueles gajos não têm mesmo vergonha na cara…
Saímos do restaurante com os olhos pregados ao chão. Estava tudo a olhar para nós, e nós completamente envergonhados.

(Chegando a casa)
- Contente?
- Contente? – Perguntava-me Jonathan confuso.
- Sim, se estás contente… Do que é que te valeu bateres no Tom?
- No Tom? Hum… estou a ver que já ganhaste intimidade com ele…
- Qual intimidade, qual quê, não fujas à minha pergunta! Afinal o que ganhaste com aquilo tudo? Um olho inchado é?
- Também…
- Sabes perfeitamente que a Katharina não merecia aquilo tudo. O mais provável é que a esta altura ela esteja-se a rir da situação.
- Cala-te!
- Como querias… mas eu avisei-te.

Este capitulo está lindo! *.*
Porrada... Yeah! xP
Ela já conheceu o Gustav e já sabe o nome do Tom :D

Mais *

Bitte ^^

Esta história está perfeitaa : DDDDD

More : )

Spoiler:

obrigado pelos comments ^^
aqui está mais um capítulo, enjoy =D

CAPÍTULO 5

(Passados uns tempos, depois da confusão no restaurante)
Levantei-me, ainda era de madrugada. Dirigi-me à janela, deparando-me com um dia intenso de chuva. O céu estava coberto de negras nuvens. Ouvia-se o vento, quase que ensurdecedor. Como eu gosto de dias de chuva… Nestes dias, costumo sentar-me na cama a olhar pela janela a chuva a cair, é algo que me relaxa. Era o que estava a fazer, permaneci durante, não sei ao certo quanto, mas bastante tempo na cama simplesmente a ver e a ouvir a chuva a cair. De repente, oiço alguém a bater à porta do meu quarto, era Sylvia.
- Entre…
- Bom dia. - Disse Sylvia carinhosamente.
- Bom dia.
- Já acordada?
- É… não conseguia dormir...
- Mas passou-se alguma coisa? – Perguntava preocupada.
- Não, não.
- Hum… ok, mas já sabes, se precisares de desabafar, estou cá.
- Sim, eu sei. Bigada.
- De nada. – Dizia Sylvia piscando o olho. – Bem… eu e o Michael vamos agora para o trabalho. Se precisares de alguma coisa, telefona.
- Ok.
- Adeus. – Disse fechando a porta.
Depois deles terem saído, voltei-me a deitar na cama e liguei a televisão. Minutos depois, voltei a adormecer.
Quando acordei não se ouvia nada em casa a não ser silêncio. Muito provavelmente o Jonathan ainda estava a dormir. Fui à cozinha à procura do meu habitual pequeno-almoço, cereais. Ao abrir o armário, nem sinal deles. Como parecia que a chuva tinha parado, fui tomar um banho, vesti-me e dirigi-me ao supermercado mais próximo para comparar os cereais.
Desci a enorme escadaria do meu prédio, até chegar à porta. Ao sair do prédio, uma enorme ventania quase que me derruba. Continuo o meu caminho até o supermercado. Os carros eram mais que muitos, a chuva começava a cair de novo, e via o meu caminho ainda mais dificultado devido ao vendaval que se dava. No entanto cheguei. Ao entrar sou invadida por uma onda de calor imensa. «Amén a quem inventou o ar-condicionado!», pensei. Corria agora por todos os corredores do supermercado à procura dos cereais. Quando finalmente os vi, não chegava a eles, estavam demasiado altos. «Quem manda a mim ser baixa?!». Enquanto me esticava toda tentando alcança-los, vejo uma mão que os agarra. Olho para a pessoa. Era um rapaz, estava vestido de forma bastante comum, e usava um chapéu. Pouco mais consegui perceber, muito devido ao facto de ele estar com um casaco vestido que quase que lhe tapava os olhos. Também não era de admirar, acho que nunca tinha visto um dia tão frio em toda a minha vida como aquele dia.
- Toma. – Disse o rapaz.
- Obrigado. – Agradeci. Olhava-o agora, havia algo de estranho nele, parecia que já o tinha visto em qualquer lado. Pela expressão dele ao olhar para mim, calculei que também sentia o mesmo.
- Pêra aí…tu és…
- Eu chamo-me Kirsten... eu conheço-te de algum lado, só não sei de onde. – O rapaz desapertava agora um pouco do casaco. Agora conseguia ver bem a cara dele.
- Gustav?!
- Kirsten?! Que fazes aqui? – Perguntava Gustav.
- Bem… eu vi comprar cereais como podes ver. Então e tu?
- Vim também fazer umas comprinhas. Nunca te tinha visto por esta zona. És daqui?
- Sim, estranho nunca nos termos cruzado.
- Bem… nós até que já nos tínhamos cruzado aqui em Magdeburg, mas não pelos melhores motivos…
- Pois… O teu amigo Tom anda mais calminho?
- Calminho… acho que não é a melhor palavra. – Dizia Gustav em tom de gozo. – Aposto que se se conhecesses ainda haviam de ser bons amigos. – Mal o disse, soltei uma gargalhada.
- Yaaaa! Vai sonhando vai…
- Ele é bom rapaz pah, é teimoso, mas bom rapaz.
- Enfim… então e o outro rapaz, aquele de cabelos escuros, quem era?
- O Bill? É o irmão do Tom.
- Irmão?
- Ya, irmão gémeo.
- Hun?! Como é isso possível, eles não têm nada a ver um com o outro, pelo menos fisicamente. Ele até pareceu-me um bom rapaz, ao contrário do irmão. – Dizia entre dentes. Continuámos a falar e a conhecermo-nos um pouco até que chegamos à saída do supermercado.
- Bem… eu vou para casa agora.
- Então nós encontramo-nos por aí um dia desses.
- Sim… um dia desses.
Já de costas um para o outro, dei comigo a pensar: Poucas são as pessoas a quem posso chamar amigos, mas nunca me esforcei para os ter. No entanto nos últimos tempos tenho sentido falta de ter alguém com quem desabafar, conversar, ou até mesmo rir. Talvez devido ao facto de ter passado o que passei em criança, tornei-me um pouco fria e com tendência a distanciar-me das pessoas. Mas com o Gustav, sem qualquer tipo de razão aparente, começava a gostar de falar com ele, nem que por breves momentos. Chegava a ser estúpido o à vontade que sentia com ele. Parecia que já o conhecia à anos… Apesar do pouco que conversámos, banalidades no geral, sentia-me bem a falar com ele, coisa que era rara de acontecer. À medida que ia andando, ia olhando para trás, olhando uma vez mais para Gustav. E reparei que ele fazia o mesmo. Mas deixei, virei costas e segui rumo a casa, até que, de repente começo a ouvir o Gustav a chamar por mim.

CAPÍTULO 6

- Kirsten! Kirsten! – Ao que eu olhei para trás. Gustav vinha na minha direcção.
- Muhmmm… – Balbuciava Gustav.
- Diz… não me chamaste para nada.
- Bem eu… deixa, deixa…
- Gustav! Diz lá…! - Dizia tentando convence-lo a dizer-me o que queria.
- Não é nada…
- Pois… eu também… – Agora era eu… não conseguia dizer o que queria. Eu queria simplesmente perguntar-lhe o número de telemóvel, ou combinar alguma coisa. Afinal de contas, eu gostava de o conhecer melhor, sentia falta de um amigo. No entanto, as palavras faltavam-me.
- Sim Kirsten… diz. – Dizia Gustav.
- Pois… é que... eu tinha uma coisa para te dizer, mas… – Naquele momento sentia-me tão estúpida… porque não conseguia eu dizer nada?!
- Isto hoje está difícil… – Brincava Gustav com a situação tentando quebrar o gelo.
- Parece que sim. Bem… eu vou para casa, vemo-nos por aí.
- Pois… vemo-nos por aí.
Virámos costas e seguimos ambos o nosso rumo a casa.

Ao chegar a casa fui de imediato ao quarto de Jonathan. Quando entrei não o vi. Calculei que devesse ter ido embora enquanto eu estava no supermercado. Fui à cozinha e tomei finalmente o pequeno-almoço. É então que o meu telemóvel toca:
- Estou?
- Estou Kirsten, é o Michael.
- Oi.
- O Jonathan já chegou? – Perguntou Michael.
- Hum… o Jonathan?
- Sim, como ele ontem saiu com os amigos e disse que deveria vir tarde… Além disso ele não atende o telemóvel.
- Sim sim, ele já chegou. – Não podia dizer que ele não estava em casa, se o fizesse, o Jonathan já poderia se considerar um homem morto. Onde raio estaria aquele gajo?!
- Ok, fico mais descansado. Bem, vou ter que desligar.
- Ok.
- Beijinho.
Mal desligo o telemóvel, oiço a porta de casa a bater. Começo a ouvir coisas a caírem ao chão. Fui ver o que se passava.
- JONATHAN?! – Deparo-me com o Jonathan podre de bêbado no corredor.
- Maninha! Tudo bem? – Dizia entre trambolhões e encontrões.
- Tu és louco?! E se o Michael te vê assim?
- Assim como? Eu só estou bem humorado.
- Não propriamente… eu tenho outra palavra para isso: uma grandessíssima BUBA!
- Kir… Kiren… tem calma!
- Já nem o meu nome dizes direito pah! Eu vou-te pôr mas é por baixo do chuveiro. – Lá eu levei o Jonathan para a banheira e obriguei-o a tomar um banho de água fria. De seguida, quase carregando com ele às costas, pu-lo na cama dele, onde de imediato adormeceu. «Quando acordares vais estar com uma ressaca… upa upa», dizia para mim mesma. Não tinha percebido muito bem aquela atitude, o Jonathan não é nada de se meter em bebedeiras. A sorte dele é que tanto o Michael como a Sylvia, voltavam para casa, geralmente, só de noite.
Eram 18h quando Jonathan acordou. Veio ter comigo ao meu quarto.
- Olá. – Disse roucamente.
- Oi! Então, já te passou a buba?
- Sim…acho que sim.
- Mas tu és louco?! Não inventes uma boa desculpa para o Michael que não é preciso… Ele já estava todo stressado por não lhe atenderes o telemóvel!
- Hey! Calma aí mãmã! Fala mais devagar e mais baixo se fazes favor… – Dizia tapando os ouvidos e deitando-se na minha cama. – Estou morto!
- Estás morto… vais estar morto é quando o Michael chegar. Sabes bem que em relação a bebedeiras ele passa-se.
- Oooh…ya, mas eu já não sou nenhum puto.
- Sabes bem porque é que ele não aceita bebedeiras em casa.
- Pois… aquela cena do pai dele… essa história nunca foi lá muito bem contada, mas prontos.

- Ya, bem podes. Mas olha que amanhã não te escapas de me contar o que se passou ontem à noite.
- Sim… Sim…
Momentos mais tarde, quando o Michael chegou, os sinais da bebedeira ainda eram bastante visíveis, ao que Jonathan não escapou de um alto sermão.

Cada vez mais giira :tongue:

Alta bebedeira, haan ? xP


~~'

Quero mais !

Alta Buba ('e a primeira vez q vejo esta palavra xD) qe o Jonathan tem!

Mais ^^

Tóminha * escreveu:

Alta Buba ('e a primeira vez q vejo esta palavra xD) qe o Jonathan tem!

Mais ^^

ahahah aqui com a sofia é sempre a aprendeer palavras novas.. túpidas... mas novas xD
beeem chega de palavreado.. aqui está mais um capítulo..

CAPÍTULO 7

Na manhã seguinte acordei cedo, como é costume. Liguei a televisão com planos de passar o dia inteiro deitada na cama a ver qualquer filme que estivesse a dar. Passadas umas horas, Jonathan entra no meu quarto.
- Olha, hoje não contes comigo para o almoço.
- Está bem.
- Xau.
- Espera! Ainda não me disseste o que se passou ontem à noite para apanhares uma bebedeira daquelas. – Jonathan aproximava-se agora de mim, sentando-se ao meu lado.
- Não tenho estado lá muito bem…
- Pois… eu tenho reparado. Não és nada de apanhar bebedeiras… O que se passa?
- É a Katharina.
- Mau! O que aconteceu agora?
- Eu ontem fui ter com ela. Queria esclarecer umas coisas, percebes? Perguntei-lhe se não havia mesmo hipótese de tentarmos de novo.
- E o que disse ela?
- Disse que o melhor para ambos, era seguirmos em frente, e esquecer o que aconteceu entre nós.
- Deixa lá… – Dizia-lhe, colocando o meu braço em volta de Jonathan, em sinal de apoio.
- Aquilo de ontem à noite foi uma tentativa de esquecer… Mas não adiantou de nada. Bem… agora o que eu tenho a fazer, é sair e divertir-me com os amigos. – Com isto ele levanta-se e vai em direcção à porta.
- A Katharina não te merecia… sabes disso. – Ao que Jonathan baixou a cabeça e encolheu os ombros.
- Pois… bem eu vou embora. Já sabes, hoje não como em casa.
- Ok. Adeus.
Depois de Jonathan sair, já que ele não comia em casa. Decidi ir almoçar fora… sozinha. Sozinha, porque na verdade não tinha ninguém que pudesse vir comigo. Eu não tinha amigos. Estava num dia particularmente melancólico. Só pensava no meu passado e na pessoa que me tornei. Por vezes sentia-me como um pequeno alien neste planeta. Parecia que ninguém me compreendia, ou será que sou eu quem não se deixa compreender?! Não sei… mas a verdade é que eu não tenho amigos e as pessoas que o tentam ser, muita das vezes sou eu quem as afasto. Não sei bem porquê, talvez seja o meu medo de me dar a conhecer. Não quero sofrer…outra vez...
Sai de casa e apanhei um autocarro com destino ao centro comercial da zona. Ao chegar, como ainda era cedo, decidi dar primeiro uma volta pelas lojas. Passei pela montra de uma joalharia, como estava à procura de uma prenda para oferecer à Sylvia pelos anos, decidi entrar. Dirigi-me a uns brincos que me chamaram à atenção. É então que vejo dois rapazes, pouco mais velhos do que 13 anos, a rondarem a vitrina dos colares. Achei estranho, mas não liguei. Passados uns minutos, estava eu ainda a decidir se havia ou não de levar os brincos. Eram verdadeiramente bonitos, mas um pouco caros. De súbito, aproveitando a ida do empregado à arrecadação, esses mesmos rapazes de 13 anos saem porta fora a correr. Havia algo de estranho naquele comportamento, ao que também saí da loja tentando perceber onde e porque é que eles tinham saído com tanta pressa. Enquanto eu olhava pelos cantos do centro comercial, a ver se os via, sou abordada por três homens. Eram muito altos, e bastante bem constituídos, calculei, também devido à farda, que fossem seguranças. Talvez quisessem perguntar-me o que eu sabia sobre aqueles rapazes, parecia-me mais do que óbvio que o motivo de eles saírem tão apressadamente da joalharia se devesse a terem roubado qualquer coisa.
- Menina… temos umas perguntas a fazer-lhe… – Dizia um deles com ar arrogante.
- Sim, claro. No que eu puder ajudar…
- Esteve naquela loja ainda à pouco? – Dizia o mesmo segurança, apontando para a joalharia.
- Estive sim.
- E pegou em alguma peça de lá?
- Se peguei alguma peça? Não estou a compreender…
- Aah não está?! Temos que ser mais esclarecedores então… – Ironizava um outro segurança.
- Mas eu…
- Talvez se nós a levarmos para a esquadra, fique mais esclarecida…
- Se estão a insinuar que eu roubei o que quer que seja, não é verdade!
- Claro… como se fosse admitir. Vocês dizem sempre a mesma coisa!
- Por favor, eu não fiz nada! – Com isto, começaram a agarrar-me nos braços violentamente. – Larguem-me, eu estou inocente!
- Sim, sim… e eu sou o irmão do Bratt Pitt. Vá! Andor! E comece a obedecer, se não quer arranjar mais problemas!
Ao ser, literalmente, arrastada pelos três seguranças dali para fora, já uma multidão de pessoas assistia àquele aparato todo. No meio de todas aquelas pessoas, uma correu na minha direcção.
- Kirsten!
- Tu?! – Exclamava espantada.

Ela está inocente!!

Estou indecisa sobre qem sera a pessoa misteriosa: Tom ou Bill xD

Mais ^^

Hmm é o Gustav...

CAPÍTULO 8

- O que é que estão a fazer? – Perguntava Tom, tentando impedir os seguranças.
- Ó puto! Vê lá se te acalmas!
- Mas o que se passa?!
- A tua amiguinha andou a assaltar uma loja.
- Kirsten?! – Tom estava chocado.
- Eu não fiz nada! Juro! Foram dois rapazes que também estavam na loja.
De repente ouve-se uma senhora a gritar, correndo na nossa direcção.
- Ela está inocente, é verdade. – Dizia a senhora.
- Porque diz isso? – Perguntou o segurança.
- Porque eu vi! Eu trabalho na loja à frente da joalharia. Vi dois rapazes a correrem feitos loucos ao saírem de lá. Essa rapariga apenas foi atrás deles. Pareceu-me tão desnorteada com a situação quanto eu, que fiz o mesmo, e também fui ver o que se tinha passado. – Os seguranças pareciam bastante incrédulos com a situação.
Olhei para a multidão que nos rodeava, chegava a meter medo. Agora, uma outra senhora aproximava-se.
- Sim… é verdade, eu também vi esses rapazes. Foram naquela direcção. – Disse meio insegura, apontando para onde os miúdos tinham ido.
- Vêem! Larguem-na lá. Ela não fez nada! – Dizia Tom, quase que exigindo.
- Tom?! – Estava chocada com aquelas palavras. Nunca esperei que ele alguma vez me defendesse do que quer que fosse, depois do que aconteceu no restaurante dias antes…
Os seguranças, face à situação e à quantidade de testemunhas, largaram-me. Dois dos seguranças começaram a correr em direcção onde a senhora disse que eles tinham ido. O outro ficou ao pé de mim. Agarrou no intercomunicador e chamou reforços.
- Menina, queria pedir desculpas pelo que aconteceu em nome de toda a equipa.
- Ok… eu compreendo.
Depois disto, eu e Tom afastámo-nos da confusão que se tinha gerado. Visto que nenhum dos dois tinha almoçado, fomos comer juntos. Ainda havia um certo clima pesado entre nós os dois devido à confusão entre ele e o meu irmão.

(No restaurante)
Estávamos frente a frente, no entanto, não dirigíamos uma única palavra um ao outro. O silêncio na nossa mesa era quase que ensurdecedor. Mas tinha que lhe agradecer pelo que ele tinha feito ainda à pouco.
- Tom… Obrigado. – Dizia entre dentes.
- Obrigado?
- Sim… por teres tentado ajudar-me.
- Eu só aceito o teu obrigado, se aceitares as minhas desculpas.
- Desculpas do quê?
- Kirsten, eu queria pedir-te desculpa pelo que aconteceu naquele dia… com o teu irmão.
- Hum… Eu aceito as tuas desculpas. – Disse piscando-lhe o olho.
Ao longo do almoço eu e Tom começámos a conhecermo-nos melhor. Descobri que ele na realidade até era um querido e muito simpático. Sei que parece estranho, mas só agora é que me apercebia de que ele tinha um piercing no lábio. Estava absolutamente hipnotizada por aquele pequeno objecto e pelos movimentos que Tom fazia com ele. Cada vez que olhava para Tom para lhe dizer o que quer que fosse, como que por instinto, os meus olhos caiam directos no piercing. Apercebi-me de que Tom estava a começar a reparar neste meu vício de idolatrar o piercing dele. Estava seriamente a pensar em criar uma nova religião, em que o deus seria, não o Tom, mas o seu piercing…
- Kirsten, estás bem?
- Hun?! – Acordei do transe. – Está, está… Quer dizer… Estou!
- É que estavas com uma cara um pouco estranha.
- Aaah não ligues. Bem, secalhar pedíamos a conta não?
- Sim, acho boa ideia, já está a ficar tarde. Além disso, os rapazes estão à minha espera. – Entretanto Tom pede, à distância, a conta a uma empregada de mesa.
- Os rapazes? Desculpa… não tenho nada a ver com isso. – Dizia envergonhada, ao que Tom soltou um sorriso.
- Não tem problema. Quando digo os rapazes, refiro-me ao Bill e ao Gustav.
- Bill? Ele é teu irmão não é?
- Sim… como sabias?
- Foi o Gustav quem me contou.
- Tens estado com ele?
- Não, mas encontrei-o ontem no supermercado.
- Aaaaaaaaaah então foi esse o motivo daquela cara… – Dizia Tom depois daquele grande “aaaah”.
- Hun?! Qual cara?
- Nada esquece. – Ao que eu respondi levantando o sobrolho. Via agora a empregada a aproximar-se. Era bastante nova. Tinha longos cabelos cor de mel e uma pele muito clara.
- Aqui está a sua conta. – Disse a empregada muito gentilmente.
- Obrigado. – Disse, não obtendo resposta. Olhei para a rapariga. Fiquei meio confusa ao ver que ela e Tom olhavam-se fixamente. Parecia que mesmo que houvesse um terramoto, eles não se mexeriam, continuando a olhar-se sem dizer uma única palavra. Sentia-me “ligeiramente” a mais. Passados alguns segundos, finalmente se fizeram ouvir as primeiras palavras.
- És mesmo tu? – Perguntava Tom boquiaberto. – A rapariga parecia demasiadamente chocada para falar. Tom levanta-se lentamente da cadeira, continuando a olhar fixamente para ela. Até que, ambos soltam um sorriso íntimo, abraçando-se num abraço profundo. E lá continuava eu a apanhar do ar.
- Anne!
- Tom! À quanto tempo!
Pensava para mim mesma: «Mas o que raio se passa aqui?! Alguém é capaz de me explicar?» Aqueles dois não se largavam, e parecia que se tinham esquecido que eu estava ali. Será que é da família? Hum… não me parece. Aquele abraço que eles deram não era um simples abraço familiar… era algo mais… “carnal”. Uma ex-namorada talvez…
Notava agora no brilho no olhar de Tom. Ele estava verdadeiramente feliz por ver aquela rapariga, cujo nome parecia ser Anne.
- Olha bem para ti! Ainda mais giro do que da última vez que te vi. E eu a pensar que isso seria impossível… – Dizia Anne mordendo a língua.
- Olha quem fala! Digo o mesmo de ti, miúda!
- Ooooh, que querido.
- Sabes como é… Então, mas diz-me, que fazes por estes lados?
- Mudei-me recentemente para cá.
- Isso é óptimo. – Ocorreu de novo um silêncio. Durante segundos, voltaram a simplesmente olhar um para o outro. Pareciam recordar velhas memórias.